Ciência da Informação - Licenciatura 

A Licenciatura em Ciência da Informação ao abrir em 2001/2002, a Universidade do Porto pretendeu garantir uma formação adequada à nova realidade da Sociedade da Informação em que os profissionais dos arquivos e das bibliotecas, os administradores de dados e sistemas de informação e, em geral, os gestores de informação nas organizações desenvolvem a sua actividade.

Este curso resulta de uma parceria entre a Faculdade de Letras e a Faculdade de Engenharia, cujas valências complementares nesta área permitiram construir um plano de estudos sólido e actualizado, em que se cruzam saberes tradicionais com aplicações teórico-práticas nas áreas das tecnologias da informação e da comunicação.

 

 A Ciência da Informação

“A definição surgida nas conferências do Georgia Institute of Thecnology, EUA, realizadas em Outubro de 1961 e Abril de 1962, retomada e republicada por Harold Borko em 1968, continua válida e com forte cariz programático: É a disciplina que investiga as propriedades e o comportamento da INFORMAÇÃO (conjunto estruturado de representações mentais e emocionais codificadas (signos e símbolos) e modeladas com/pela interacção social, passíveis de serem registadas num qualquer suporte material (papel, filme, banda magnética, disco compacto, etc.) e, portanto, comunicadas de forma assíncrona e multi-direccionada), as forças que regem o fluxo informacional e os meios de processamento da informação para a optimização do acesso e uso. Está relacionada com um corpo de CONHECIMENTO que abrange a origem, colecta, organização, armazenamento, recuperação, interpretação, transmissão, transformação e utilização da informação. Isto inclui a investigação, as representações da informação tanto no sistema natural, como no artificial, o uso de códigos para uma eficiente transmissão de mensagens e o estudo dos serviços e técnicas de processamento da informação e seus sistemas de programação. Embora válida e actual, pode e deve ser melhorada e liberta de algumas contradições, como a aceitação sem crítica da natureza interdisciplinar derivada e relacionada com vários campos como a matemática, a lógica, a linguística, a psicologia, a tecnologia computacional, as operações de pesquisa, as artes gráficas, as comunicações, a biblioteconomia, a gestão e outros campos similares ou como o postulado de uma componente de ciência pura, que indaga o assunto sem ter em conta a sua aplicação, como uma componente de ciência aplicada, que desenvolve serviços e produtos. A assunção de uma natureza interdisciplinar contradiz a necessidade patente, no início da definição, de dar contornos específicos e claros ao objecto específico de estudo. Defendemos, por isso, que a Ciência da Informação é uma ciência social que investiga os problemas, temas e casos relacionados com o fenómeno info-comunicacional perceptível e cognoscível através da confirmação ou não das propriedades inerentes à génese do fluxo, organização e comportamento informacionais (origem, colecta, organização, armazenamento, recuperação, interpretação, transmissão, transformação e utilização da informação). Ela é trans e interdisciplinar, o que significa estar dotada de um corpo teórico-metodológico próprio construído, dentro do PARADIGMA EMERGENTE PÓS-CUSTODIAL, INFORMACIONAL E CIENTÍFICO, pelo contributo e simbiose da ARQUIVÍSTICA, da BIBLIOTECONOMIA/DOCUMENTAÇÃO, dos SISTEMAS DE INFORMAÇÃO e Organização e Métodos. A MUSEOLOGIA (renovada e não patrimonialista) poderá vir a integrar este núcleo. Tende a intervir fecunda e activamente no seio da interdisciplina CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO. E desenvolve, por força da natureza transversal do seu objecto científico (a Informação) à condição e vida humanas, um amplo arco de INTERDISCIPLINARIDADE que privilegia as Ciências Sociais e Humanas (História, Sociologia, Antropologia, a Psicologia Cognitiva e Social, as Ciências da Educação, etc.), mas inclui também a Matemática e algumas Ciências Naturais. Tem como dispositivo metodológico geral o MÉTODO QUADRIPOLAR e o seu campo de estudo e intervenção compreende três áreas interligadas a ponto de se interpenetrarem: a GESTÃO DA INFORMAÇÃO, a ORGANIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DA INFORMAÇÃO e o COMPORTAMENTO INFORMACIONAL. Em cada uma delas ou nas suas diversas intersecções desenvolvem-se os ramos aplicacionais quer envolvendo os constructos convencionais (ARQUIVO, BIBLIOTECA, CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO), quer a implementação e desenvolvimento de SISTEMAS INFORMÁTICOS (sistemas tecnológicos de informação) na óptica dos utilizadores/clientes em contextos orgânicos, subsumidos na teoria sistémica pelo conceito operatório de Sistema de Informação”

 

Veja-se aqui o Dicionário Eletrónico de Terminologia em Ciência da Informação